sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Comentários dos Surdos no Youtube

Antônio



Alyne



Pedro



Pablo



Mais vocês, surdos, podem fazer o seu comentário-vídeo. Seu vídeo pode aparecer aqui!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Inclusão de Libras na novela da GLOBO

Ao Setor de Marketing Social da Rede Globo de Televisão
Diretores Luiz Erlanger e Albert Alcouloumbre

Assunto:
Manifestação do GT de Língua de Sinais, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós‐Graduação em Linguística (ANPOL) e demais especialistas da língua de sinais, à publicação postada na página da Associação Brasileira de Otorrino‐laringologia e Cirurgia Cérvico‐Facial (ABORL‐CCF)
(cf. http://www.aborlccf.org.br/conteudo/secao.asp?s=51&id=2092)

Os surdos brasileiros estão espalhados nos estados do país e formam a Comunidade Surda Brasileira. Esses surdos usam a Língua Brasileira de Sinais, reconhecida oficialmente por meio da Lei de Libras 10.436, de 2002. É uma língua que apresenta todas as propriedades linguísticas de quaisquer outras línguas humanas, ou seja, por meio dela é possível falar sobre quaisquer assuntos (desde o mais trivial até o mais acadêmico, técnico e científico).

Enquanto doutores especialistas da língua de sinais, precisamos informar às instituições públicas e privadas brasileiras que qualquer comunidade linguística tem o direito de usar sua língua nativa, conforme previsto na Declaração Universal dos Direitos Linguisticos ‐ UNESCO (disponível em: http://www.linguistic‐declaration.org/index.htm).

Conforme a Federação Mundial de Surdos, o Brasil é um dos países que está mais avançado quanto às políticas linguísticas de reconhecimento da língua de sinais pelo país. Portanto, estamos à frente de muitos outros países, por termos uma Lei que reconhece a Libras como língua nacional e um decreto que a regulamenta ações concretas que a legitima (Decreto
5626/2005).

Portanto, a manifestação dos otorrinolaringologistas à REDE GLOBO, dizendo que a utilização da Libras na novela “Cama de Gato” é considerada um “retrocesso” é improcedente! Pelo contrário, a REDE GLOBO, como já fez em outros momentos, está incluindo uma das línguas nacionais do país em suas novelas. Fazendo isso, a REDE GLOBO, além de incluir os surdos brasileiros, usuários da Libras, na sociedade, está reconhecendo o estatuto linguístico social de grupo social minoritário que faz parte do país. Essa atitude é louvável e representa, sim, uma postura atual e atenta à realidade brasileira.

Gostaríamos, ainda, de manifestar que, do ponto de vista linguístico, ser bilíngue, apresenta uma série de vantagens. Os surdos brasileiros com implante ou sem implante coclear, na sua grande maioria, são bilíngues, tendo, portanto, a Libras e a Língua Portuguesa, enquanto línguas. Alguns
deles são multilíngues, fluentes em Inglês e Língua de Sinais Americana.

Retrocesso é fadar surdos com implante coclear a serem monolíngues, pois, considerando o estado atual de globalização em que se encontra o mundo todo, as pessoas monolíngues encontram‐se em posições muito menos privilegiadas socialmente. Portanto, reforçamos que o comentário dessa equipe médica específica é inaceitável, e contraria as recomendações de outras equipes médicas, como a de Isabelle Rapin, Medicine Doctor, do Albert Einstein College of Medicine, Bronx, N.Y., que recomenda explicitamente que a língua de sinais seja usada como parte do programa de reabilitação auditiva de crianças implantadas.

Há muitos otologistas no exterior que fazem uso da língua de sinais em apoio a programas de reabilitação auditiva. Isso é recomendado explicitamente na Enciclopédia Médica de Swaiman, K. F. (1994). Pediatric Neurology: Principles and practices (2nd ed.), St. Louis: Mosby. capítulo de
Isabelle Rapin: Children with hearing impairment.

Dr. Tarcísio Arantes Leite – Universidade Federal de Santa Catarina – Coordenador do Curso de Letras Libras Presencial
Dra. Ana Claudia Baliero Lodi – Universidade Metodista de Piracicaba
Dra. Regina Maria de Souza – Universidade de Campinas
Dr. Leland MacCleary – Universidade de São Paulo
Dra. Wilma Favorito ‐ Curso Bilíngue de Pedagogia – Instituto Nacional de Educação de Surdos ‐ INES
Dra. Rossana Finau – Centro Federal de Educação Teconologica do Paraná
Dra. Marianne Stumpf – Universidade Federal de Santa Catarina – Coordenadora do Curso de Letras Libras EAD e Representante da Federação Mundial de Surdos
Ms. Myrna Salerno Monteiro – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Dra. Maria Cristina Pereira – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ‐ DERDIC
Dra. Ana Regina e Souza Campello – Universidade Federal de Santa Catarina – Professora e Pesquisadora de Libras
Dr. Fernando Capovilla – Universidade de São Paulo ‐ PhD em Psicologia e livre‐docente em Neuropsicologia Clínica
Dra. Maria Cecília de Moura ‐ Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Dra. Sandra Patrícia do Nascimento – Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Colaboradora na FENEIS‐DF
Dra. Clélia Regina Ramos ‐ Membro do Comitê Brasileiro de Tecnologia Assistiva da CORDE e Pesquisadora Associada do PACC (Programa Avançado de Cultura Contemporânea) da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Dra. Ronice Müller de Quadros – Universidade Federal de Santa Catarina

11 de novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Doutores de IC X LIBRAS - Parte 1

Idéias para Manisfetação

- Combinar um dia para manisfetação. Olhar o enquete, vote qual dia melhor para vários lugares do Brasil fazer a manisfetação no mesmo dia para divulgar.

- Fazer cartazes e placas mostrando como LIBRAS é importante. Evitar falar "contra IC". Falar mais positivo.

- Fazer o teatro para apresentar o púlbico na rua.

- Chamar os jornais da sua cidade para fazer a reportagem.

- Chamar mais, mais, mais surdos e ouvintes para apoiar, mais possível.

- Todo sábado, combinar os surdos para preparar, fazer placas e cartazes, treinar o teatro, organizar tudo até no dia do movimento para ficar certo.

- No dia do movimento, filme tudo para colocar no Youtube e mostre para Brasil.

Alguma idéia? Mande para o e-mail: luta_libras@yahoo.com.br, depois vou postar as suas idéias aqui.

Notícia Ruim

ORL em prol da informação na TV Globo

Um grupo formado por quatro otorrinolaringologistas - Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, Presidente da ABORL-CCF, Prof. Dr. Silvio Caldas (Presidente-Eleito da SBO) e da UFPE, Prof. Dr. Shiro Tomita da UFRJ e Prof. Dr. Rogério Hamershimidt da UFPR - participou de um almoço com dois diretores do Marketing Social da Rede Globo de Televisão, Luiz Erlanger e Albert Alcouloumbre, para conversarem sobre surdez, tema levado na atual novela das 18 horas da emissora, "Cama de Gato", com o personagem Tarcisio.

"Entregamos uma carta ao Erlanger, assinada por dez professores doutores de várias universidades federais e estaduais - Prof. Dr. Rubens Vuonno de Brito Neto, Prof. Dr. Luiz Lavinsky, Prof. Dr. Shiro Tomita, Prof. Dr. Paulo Porto, Prof. Dr. Silvio da Silva Caldas Neto, Prof. Dr. André Luis Sampaio, Prof. Dr. Robinson Koji Tsuji, Prof. Dr. Rogério Hamerschimidt, além de mim -, pedindo que se preste atenção no implante coclear como tendência mundial em tratamento de surdez severa e profunda e que consideramos um retrocesso o uso de Libras na novela", diz Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, o organizador da comitiva.

Em uma reunião breve, porém, produtiva, foram apresentados os resultados dessa cirurgia no mundo todo, o avanço que representa essa técnica cirúrgica no País e até o número da portaria aprovada pelo SUS - MS 1287 de 1999 - como tratamento gratuito para modificar a situação do surdo severo e profundo brasileiro.
"Há mais de 300 mil implantados no mundo, com aproximadamente 3 mil no Brasil. No dia 9 de novembro, o HCFMUSP comemorará a cirurgia número 500, em coquetel no Memorial da América Latina, e não poderíamos deixar de expressar a nossa opinião. A cirurgia de implante coclear possibilita excelente qualidade de vida a quem nasceu surdo, ou perdeu a audição com o passar do tempo por várias causas e permitindo uma vida normal junto a outros ouvintes, além da inserção num mercado de trabalho competitivo da mesma forma que qualquer outra pessoa", esclarece Prof. Dr. Ricardo.
Na reunião, houve um pedido dos quatro médicos presentes para os diretores encaminharem às autoras da novela "Cama de Gato", Duca Rachid e Thelma Guedes, o cuidado que devem ter em relação à linguagem de sinais. "Os telespectadores da novela que vivenciam o problema poderão prejudicar a decisão de famílias que virão a tratarem seus filhos surdos. Temos que respeitar a vontade daqueles adultos que não tiveram a oportunidade de serem implantados e hoje desejam continuar surdos. Mas não se pode negar às crianças pequenas, que ainda não podem decidir por si próprias, o direito de serem ouvintes", diz.
Essa reunião, que transcorreu em um almoço dentro do prédio da Rede Globo de Televisão, na Rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, esclareceu mais um ponto sobre o implante coclear - quanto mais cedo for feito o tratamento, melhor o resultado. "Acreditamos que a Rede Globo tem todas as condições de informar corretamente as pessoas de todo o Brasil e, o melhor, ajudará a tirar o estigma da surdez da população brasileira, pessoas que vivem, definitivamente, caladas, por desinformação", continua o Prof. Ricardo.
No final da reunião, os Professores Doutores Ricardo Ferreira Bento, de São Paulo, Shiro Tomita, do Rio de Janeiro, Silvio Caldas Neto, de Recife e Rogério Hamerschimidt, de Curitiba, conheceram parte da Rede Globo de Televisão. "Agora, aguardamos o resultado da carta enviada e que, sabemos, será entregue, em mãos das autoras", finaliza o professor.